Putin supostamente trai Assad e negocia com novo líder sírio após queda do regime
- headlinebrnews
- 10 de dez. de 2024
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Fontes indicam que Putin teria abandonado Assad e estaria em diálogo com Mohamed Alolan, líder do HTS na Síria.

Rumores indicam que Vladimir Putin teria traído seu protegido, Bashar al-Assad, entregando-o aos rebeldes. Fontes do Kremlin afirmam que a Rússia não tem planos de resgatar Assad, especialmente após relatos de que as tropas sírias estavam fugindo de suas posições. Segundo essas fontes, "a Rússia não tem um plano para salvar Assad e não vê nenhum surgimento de um plano enquanto o exército sírio continuar abandonando suas posições."
Mohamed Alolan, líder do grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), assumiu o poder na Síria após derrubar Assad. Os Estados Unidos, que consideram Alolan um terrorista, oferecem uma recompensa de 10 milhões de dólares por sua captura. Curiosamente, agora os Estados Unidos parecem estar mais dispostos a abraçá-lo, mas quem realmente quer se aproximar dele é Vladimir Putin. De acordo com uma notícia da Bloomberg, Putin teria feito tudo para não salvar Bashar al-Assad e, aparentemente, está interessado em abrir um diálogo de negociação com Alolan.
A relação entre Putin e Assad sempre foi complicada. Putin manteve Assad no poder por razões estratégicas, incluindo o acesso a bases militares na Síria. Em 2013, Putin tomou a decisão de salvar Assad, não apenas por lealdade, mas por questões estratégicas: essas bases eram cruciais para a Rússia em termos de presença militar e de influência no Oriente Médio, além de sua importância para o acesso à Ásia, África e até mesmo à América do Sul. No entanto, a situação de Assad se complicou, pois vários países da região, especialmente os sunitas como Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, resistiam à sua presença no poder, especialmente devido à sua aliança com o Irã.
Em 2016, a Opep estabeleceu um acordo com a Rússia e outros dez países não membros, o que concedeu à Rússia poder de veto na organização. Esse acordo ajudou a suavizar a resistência de países como a Arábia Saudita, que, embora não gostasse de Assad, teve que aceitá-lo devido à força de Putin. No entanto, as tensões entre Putin e Assad aumentaram quando Assad recusou o conselho de Putin de se reconciliar com Erdogan, da Turquia. A recusa de Assad de aceitar o plano de Erdogan para realocar refugiados sírios no norte da Síria gerou ainda mais distanciamento entre eles e fez com que Erdogan passasse a apoiar os rebeldes, o que Putin não desejava.
Recentemente, uma cúpula de países muçulmanos em Riade, na Arábia Saudita, mostrou uma mudança nas relações. Assad foi convidado para o evento, e seu discurso antissemitista não foi bem recebido. Em vez de aplausos, ele enfrentou acusações pesadas de ser o responsável pela morte de mais sírios do que Israel, algo impensável em circunstâncias normais, mas que refletia uma possível mudança de postura em relação a Assad. Essa mudança de tom indica que Assad já não tinha o apoio de seus antigos aliados, e Putin parecia ter dado sinal verde para a retirada de apoio.
Agora, há especulações de que Putin está buscando negociar um novo acordo com os novos líderes sírios. Recentemente, líderes rebeldes sírios, como Alolan, anteriormente ligados a grupos como Al-Qaeda e o ISIS, têm mostrado sinais de mudança em sua perspectiva e estão agora a favor de uma transição pacífica de poder na Síria, com a promessa de coexistência pacífica entre as diversas seitas religiosas. Embora Putin provavelmente não acredite nesse cenário, ele está, aparentemente, disposto a manter as aparências e negociar.
Em relação a Alolan, o grupo Ha'at, que assumiu oficialmente o controle da Síria, anunciou que implementará a Sharia em breve e que as famílias cristãs podem ser revistadas em suas casas. A Síria está se tornando, assim, uma nova versão do Afeganistão sob o controle desses grupos extremistas. O grande nó nesse cenário é com quem Alolan se alinhará: Putin ou Trump, visto que Biden já está fora do jogo.
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